domingo, 27 de fevereiro de 2011

Omnirica Peripaica

Ontem à noite, eu tive daqueles sonhos de que a gente acorda e pergunta ao universo: Hã? Realmente, a expressão nonsense nunca fez tanto sentido. Meu sonho começa quando recebo dois amigos em casa, o T. e um a quem, no sonho, conheço, mas que agora ignoro quem seja. Bem. Meu apartamento está estranhamente maior, com uma luz amarelada clara e mobília rústica com balaios marrons e sofás de esteira. Sei que é minha casa, mas, na verdade, esse lugar não existe. Mas sim: então o T. tira a bermuda, sorri e se senta sobre mim. Nós começamos a transar, enquanto o amigo desconhecido faz algo a que não damos atenção. Mas aí eu cago doce de leite, e fujo para o banheiro, para fugir da vergonha de ser pego com as calças curtas... Mas o T. já tá no banheiro, e eu, sem querer, melo ele com minha doce excremência. (Talvez eu tenha sonhado isso porque antes de dormir na noite passada, assisti a Two Girls One Cup...)

Depois disso, o T. fica chateado e constrangido, e eu saio do banheiro. Então, a casa já é a minha mesma, meu adorável dois-quartos-uma-sala na Monsenhor Salazar 399. Acontece algo de que agora eu não me lembro. Mas noto que no lugar que na "vida real" está o meu varal, está, atrás de um balcão de pedra com tampo de mármore, uma pequena lanchonete, onde meu colega de quarto, o Jova, está trabalhando. Então eu peço um café pingado e duas empadas, e alguma coisa salgada em forma de sacola de plástico que fico muito feliz de levar. Pago, ou não pago, nem sei... e vou mimbora. Só que quando saio de casa...

Outra surpresa: Além da minha porta não está o rol e a escada que dão pra fora do prédio, mas algum lugar que é ao mesmo tempo os Jardins do Theatro José de Alencar e o Passeio Público de Fortaleza. As plantas iluminadas dos Jardins se confundem à leveza solene do Passeio. De fato, de um lado está o prédio do Theatro, e do outro a vista do Passeio: o mar de Iracema. Estou com a Vivi e a Regy. As empadas são delas: pois lhas dou. Noto na clareza dos Jardins alguns amigos que namoram entre os arbustos e canteiros. Porém o mais belo está por vir. Olho, à minha direita, e vejo que é noite clara, o céu parece uma grande cuia de leite azul negro visto por nós como uma abóbada, nublado, sem nenhuma estrela. Ah, mas há luz, e é para ela que todos se voltam, nas varandas do Passeio Público. O mar, cuja maré subiu até bater nas pedrinhas que sustentam nossos pés, dum azul marinho profundo e ancestral, bate em ondas e por todo lado há uma luz branca clara e fresca. Do mar surge luz. E toda sua azulidão fica ofuscada pela brancura da luz, como se o mar fosse um suco de uva e nós tívessemos derramado todo o leite do mundo lá. E é isso que há. Eu, Vivi e Regy nos mirantes do Passeio Público, olhando esse mar brilhante e sem fim.

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